Manhouce encerrada contra tudo e contra todos

17.06.10

Desta vez o encerramento da E.B.1 de Manhouce é inevitável

 

“Temos uma redução do número de alunos e as salas existentes na freguesia são demais para as necessidades”, explicou, ao JN, a vereadora do pelouro da educação, Cristina Tenreiro.
A autarca afirma que a decisão foi já anunciada pelos responsáveis do Ministério da Educação, através do Centro da Aérea Educativa e discutida numa reunião, que contou com os representantes da Junta de Freguesia e comunicada, mais tarde, aos representantes dos encarregados de educação. Os cerca de 40 alunos que este ano frequentavam a escola de Manhouce vão ser divididos pelas escolas da Carvalhosa e do Bairro. “É mais vantajoso para as crianças em termos pedagógicos e, por isso, tenho dificuldade em compreender a posição dos pais quando as crianças vão para uma escola a cerca de 500 metros”,
disse. O Regional

Mais uma vez Mnahouce em foco na comunicação social. Não consigo compreender as explicações dadas pela nossa vereadora do pelouro da educação, Cristina Tenreiro. Fico irresoluta no que pensar em relação ao proferido pela autarca. Afinal de contas, é alguém com conhecimento de causa, experiente na matéria e que tem gerido os destinos da educação com responsabilidade e atitude, sendo a nossa benfeitora da educação. Tenho-a como uma pessoa capaz de pensar e decidir pelo mais correcto. Por todos estes motivos não compreendo algumas afirmações suas: “É mais vantajoso para as crianças em termos pedagógicos e, por isso, tenho dificuldade em compreender a posição dos pais quando as crianças vão para uma escola a cerca de 500 metros” Todos nós, sabemos que o problema não está nesta afirmação. Ninguém anda a “discutir” vantagens ou desvantagens pedagógicas, porque se formos por aí, teríamos de “discutir” o problema da E.B.1 do Outeiro, uma escola com apenas três salas, onde as crianças sempre estiveram em excesso, e pelo que sei nunca ninguém se preocupou em transferir alunos para a E.B.1 de Manhouce, no tempo em que fecharam salas. Preferiram desdobramentos e turmas grandes a distribuir os alunos. Uma escola que chegou a ter mais de 100 alunos com um espaço envolvente bastante reduzido e condições físicas que todos conhecem. Não se entende como se muda tanto de opinião de um tempo para outro.

Trabalhei em todas as escolas de Arrifana, em tempo de muitas crianças, nunca vi tanto “ódio” a um local como vejo nos dias de hoje. Em tempos, sentia que as escolas de Arrifana eram todas iguais, hoje sinto que Manhouce é uma pedra no sapato de alguém.

“A autarca afirma que a construção do novo centro escolar, no actual local onde se encontra a escola do Bairro, deverá arrancar no início do próximo ano. Quando isso acontecer, as crianças que frequentem esse estabelecimento de ensino serão temporariamente deslocadas para a escola da Carvalhosa.” O que não posso concordar é com esta afirmação. Não compreendo como é possível dizer-se a público que o centro escolar vai arrancar no início do próximo ano e depois de cerca de 3 meses de aulas, ser necessário andar com as trouxas às costas para se deslocar os alunos para a Carvalhosa.

Então porque razões, não começam logo em Setembro na Carvalhosa?

Isto parece-me estratégia política, daquelas promessas que ficam a pairar no ar, ou seja, “deverá arrancar” e não irá arrancar…

Mais uma vez apelo ao bom senso de todos os responsáveis pelo processo “Encerramento de escolas com menos de 21 alunos”. Sabemos que este não é o único critério a ser colocado em cima da mesa.

Caso o encerramento da E.B.1 de Manhouce seja facto consumado, antes de existir um centro escolar moderno e com condições adequadas às crianças, ficarei triste por ver a minha antiga escola, onde aprendi a ler e escrever, onde brinquei muito e de onde tenho boas recordações mesmo como docente, ser apagado do mapa sem um motivo relevante para o ser. Lamento que tudo isto esteja a acontecer numa escola tão rica, de onde já saíram grandes homens e mulheres e uma escola que era a menina dos olhos do nosso presidente da Junta de Freguesia. Fico muito triste por constatar que a política possa ser motivo para, friamente, se tomarem más decisões. Tenho estado atenta e até ao momento não consegui nem ouvir nem ler um comentário que seja sobre este caso por parte da Junta de Freguesia. Li apenas comentários favoráveis à continuidade de Manhouce e encerramento do Bairro em detrimento da construção do centro escolar por parte de Jorge Silva, elemento da Assembleia de Freguesia.

Afinal o que se está a passar na terra que me viu nascer?

publicado por Yaleo às 23:13

E.B.1 de Manhouce não é problema

07.06.10

E.B.1 de Manhouce não é problema

Numa breve análise, que poderá vir a ser aprofundada, deixo uma reflexão rápida do meu ponto de vista sobre o assunto Manhouce.

Segundo consulta feita ao GEP – Gabinete de Estatística e Planeamento da Educação; no site do Ministério da Educação, o ponto da situação da Carta Educativa em Santa Maria da Feira está Homologada. Até aqui não existem dúvidas. Nessa Carta está preconizado a construção de um Centro Educativa em Arrifana. Até aqui também não há dúvidas. O terreno e o dinheiro estão resolvidos, segundo o nosso deputado Dr. Amadeu Albergaria; o valor para a sua construção existe, faltava o terreno que também já existe. O Centro escolar, vai ser construído no Bairro. Até aqui nenhuma dúvida.

Afinal onde existem as dúvidas?

Após a surpresa feita pela sindicalista Sofia Monteiro, que visitou a Ministra da Educação, Isabel Alçada, que se encontrava em Trancoso juntamente com o primeiro-ministro, José Sócrates, para mais uma inauguração, tudo parece mudar de figura. Aí entregou-lhe as reais preocupações existentes no Distrito da Guarda, transcritas num documento, onde o Governo quer encerrar 40% das escolas do 1º ciclo.

Em Trancoso o novo bloco da escola básica integrada da cidade, já é uma realidade. Um edifício, equipado com 12 salas, tem capacidade para 200 alunos e entrará em funcionamento no próximo ano lectivo. Uns têm mais direitos que outros, ou será que uns esforçam-se mais que outros para alcançarem os seus objectivos? Sofia Monteiro, não desiste e deixou a seguinte mensagem à Ministra da Educação:

"Tenha em consideração as reais necessidades das comunidades educativas e a melhor oferta educativa para as crianças".

Na resposta, a ministra da Educação observou que no processo de encerramento de escolas com menos de 21 alunos o Governo irá "ter em conta a realidade, os estudos que são feitos e todo o trabalho técnico que tem sido feito com as Câmaras". "Vamos ter em consideração todas as manifestações de opinião que nos chegarem", prometeu Isabel Alçada.

Como podem constatar o problema de Arrifana não está no Ministério da Educação, esse está receptivo às preocupações da população, às reais necessidades das terras e principalmente crédulo em relação ao trabalho efectuado pelas autarquias, ingenuidade mas nem tanto. Analisando a situação do distrito de Braga onde a Ministra se mostrou com uma abertura significativa, não entendo qual a necessidade de “guerras” em Arrifana. Basta haver diálogo entre as partes e tenho certeza que o ano lectivo 2010/2011 irá iniciar-se com tranquilidade.

Como deve ser do conhecimento de muitos a oposição não está a favor deste encerramento de escolas abruptamente, é um atentado à Educação aquilo que tem sido preconizado nos últimos tempos.

“Heloísa Apolónia, dos Verdes, acusou o Governo de ter escolhido o sector da Educação para "poupar uns bons milhões".” Eu diria que não só para poupar como para destruir a Educação definitivamente, no entanto a ministra mostra abertura. As condições em que o 1º ciclo trabalha em Portugal já é degradante na maioria dos estabelecimentos de ensino e agora querem unicamente encerrar, encerrar sem haver lógica nas atitudes tomadas pelos responsáveis. Não culpo o Ministério de Educação, mas sim o “baixo sistema” que com a descentralização de poderes quis fazer parecer que o poder é um todo. Os agrupamentos têm autonomia e não podem usufruir de uma ditadura despótica. Vamos realçar o diálogo e resolver os problemas ouvindo todos.

Onde estão as opiniões dos Encarregados de Educação?

Onde estão as opiniões dos Docentes?

Onde estão as opiniões das autarquias?

Nada vem a público, em Portugal uns decidem e os outros cumprem, não há democracia, a opinião foi vedada ao cidadão. Continuamos a debater o mesmo problema de falta de cidadania.

Transportando este caso isolado para Arrifana, tenho a dizer que me sinto “pequenina” ao ler e ouvir comentários que mais parecem preconceitos de estatuto. Fico infundida neste assunto que não posso deixar de falar nele. Como docente nem quero acreditar no que tenho lido e ouvido.

Manhouce, é um caso polémico, que vem de há quatro anos atrás, onde o seu encerramento era ponto assente. Os pais não aceitaram, e têm toda a legitimidade para “oferecer” a sua opinião, coisa que pelo que li, nem sequer foi tida em conta. Deram o ser parecer junto do CAE, ofereceram os seus serviços para ajudar na distribuição dos alunos, fizeram tudo o que estava ao seu alcance e só com “guerra” conseguiram vencer a batalha. Há aqui algo que não é pedagógico.

Lamento que após quatro anos, seja necessário haver mais “guerra” nesta terra de paz, de gente humilde e capaz de engrandecer a freguesia com tantas coisas boas que tem. Em conversa informal, ouvi afirmações que me deixaram incrédula. Ouvi e li comentário que a Directora do Agrupamento de Arrifana, reuniu com os seus funcionários e os proibiu de falar sobre o assunto. Mas qual assunto? Afinal para que são os funcionários aqui chamados? Porque têm de ser calados? Parece-me que Arrifana não tem um agrupamento, mas sim uma Assembleia da República onde se manda calar qualquer um. Estamos num país livre, onde a liberdade de expressão é um valor adquirido e se isto é verdade é muito grave. Espero sinceramente que não o seja. Ouvi ainda dizerem que reuniu com as Associações de Pais e autarquia, simplesmente para dar a conhecer a sua decisão. E aqui eu pergunto para me esclarecer:

Quem tomou a decisão de encerrar a E.B.1 de Manhouce? Foi a Directora do Agrupamento? Esta escola insere-se nos critérios do Ministério? Ou seja tem menos de 21 alunos? Não usufrui de condições para estar a funcionar? Se assim for, porque esteve aberta estes últimos 4 anos?

Li ainda que existe um grande problema, a falta de existência de um código na referida escola. Afinal isso é problema? Costumo dizer que algo que não tem solução não é problema. O código é um simples número que pelos vistos durante quatro anos não fez diferença nenhuma, será que o faz agora?

Não estarão todos, quando digo todos, refiro-me a Agrupamento, pais e encarregados de educação, professores, auxiliares e autarquia a fazer disto um poço de problemas onde eles não existem?

O Ministério da Educação quer encerrar escolas com menos de 21 alunos, logo Arrifana não encerra nenhuma. No Bairro será construído o Centro Escolar e as restantes funcionarão normalmente até que este esteja concluído. Onde está o problema?

Ao ler o Terras da Feira deparei-me com mais uma situação que nos leva à conclusão do problema - Arrifana – O Centro Escolar será construído, ou Alfredo Henrique mente.

“O saneamento e os centros escolares estão para a Câmara da Feira como o TGV está para o Governo de José Sócrates. São obras de que o executivo de Alfredo Henriques não abdica no plano que está a equacionar internamente para fazer face ao quadro de restrições a que as autarquias estão sujeitas pela diminuição das receitas das taxas e licenças e das próprias transferências da Administração Central.” Terras da Feira

Como devem calcular não é só Arrifana que tem problemas neste concelho. Ainda hoje, 7 de Junho podemos ler as palavras proferidas por Amaro Araújo, Presidente da Junta de Freguesia de S. João de Ver. Isto parece-me um problema de concelho.

"Tanto tempo de espera" Em relação ao atraso do Centro Escolar de S. João de Ver, sobra uma convicção. "Não é por falta de terrenos, que foram libertos em tempo oportuno. Seguiu-se uma segunda alternativa. É só começar, desde que haja vontade em avançar com a obra. A verdade é que o centro nunca mais estará pronto em Setembro, como foi prometido. Vejo os pais preocupados, porque assistiram ao lançamento da primeira pedra e o atraso é significativo. É certo que houve um lençol freático que surgiu de forma inesperada, para as pessoas que não o conheciam, mas isso não justifica tudo e é muito tempo já de espera", sentencia, em tom crítico”.

Como podem ver Santa Maria da Feira precisa sentar-se à mesa, organizar as suas ideias e trabalhar em prol do desenvolvimento do concelho. Sei o que é trabalhar com poucas condições, sei o que são as preocupações do pais e sei o quanto é importante a chegada dos Centros escolares, onde o avanço se instala em cada terra que o inaugura. Não podemos ficar parados no tempo. Não quero ver o concelho com escolas simplesmente no tempo do giz e outras usando as novas tecnologias e tendo ao seu alcance, um futuro mais risonho.

publicado por Yaleo às 19:51

Identifico-me com este homem

03.06.10

“JOSÉ SÓCRATES É UM HOMEM DE CIRCO” Medina Carreira

Mais uma leitura que realizei e me deixou perplexa com a conformidade do nosso país em relação a quem nos governa.

“A economia vai derrotar a democracia de 1976. José Sócrates, é um homem de circo, de espectáculo. Portugal está a ser gerido por medíocres, Guterres, Barroso, Santana Lopes e este, José Sócrates, não perceberam o essencial do problema do país. O desemprego não é um problema, é uma consequência de alguma coisa que não está bem na economia. Já estou enjoado de medidinhas. Já nem sei o que é que isso custo, nem sequer sei se estão a ser aplicadas.”

É sem dúvida um país de medidinhas, lamento que este tipo de política se tenha alargado às Câmaras Municipais e às Juntas de Freguesia, as quais conseguiram aprender a lição circense sem necessitar sequer de ir à escola. Os cursos políticos do século XXI são autênticos mestrados em “palhaçada”.

“A população não vai aguentar daqui a dez anos um Estado social como aquele em que nós estamos a viver. Este que está lá agora, o Sócrates, é um homem de espectáculo, é um homem de circo. Desde a primeira hora. É gente de circo. E prezam o espectáculo porque querem enganar a sociedade. Vocês, comunicação social, o que dão é esta conversa de «inflação menos 1 ponto», o «crescimento 0,1 em vez de 0,6». Se as pessoas soubessem o que é 0,1 de crescimento, que é um café por português de 3 em 3 dias... Portanto andamos a discutir um café de 3 em 3 dias... mas é sem açúcar. Eu não sou candidato a nada, e por conseguinte não quero ser popular. Eu não quero, é enganar os portugueses. Nem digo mal por prazer, nem quero ser «popularuxo» porque não dependo do aparelho político!"

Medina é realista, tenta de certa forma alertar o povo, aquele que nada entende política e que é facilmente influenciado pelas “companhias de teatro de rua” em tempo de eleições. Todos temos consciência que o país está em crise, sobretudo psicológica, uma influência negativa vinda de cima, a descrença no governo e até mesmo na Europa, a falta de confiança, a escassa tolerância à pobreza; o medo começa a fazer parte do dia-a-dia de cada família que não sabe o dia de amanhã.

“Ainda há dias eu estava num supermercado, numa “bicha” para pagar, e estava uma rapariga de umbigo de fora com umas garrafas, e em vez de multiplicar « 6 x 3 = 18 », contava com os dedos: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7... Isto não é ensino... é falta de ensino, é uma treta! É o futuro que está em causa!”

Mais uma realidade da falta de transparência no crescimento, não há crescimento, o ensino anda camuflado pelas Actividades extra-curriculares; pelas “novas” disciplinas no 1º ciclo, as novas oportunidades vieram fazer com que o país tivesse sucesso, todos vão ter o 12º ano sem esforço. Está-se mais preocupado com o aparato público do que com o futuro das gerações. O importante é vir para a comunicação social dizer-se que as crianças têm escola a tempo inteiro, não importa as condições em que a têm. De que nos serve uma nova geração que não é capaz de multiplicar? Caminhamos lado a lado com uma geração que só vai saber subtrair. Está na hora de parar com tanta palhaçada. O ensino começa a desfocar-se, os professores são meros instrumentos do poder. Deixamos a escola autoritária para entrarmos no facilitismo e quando um professor quer ser um pouco mais exigente é criticado. Não passamos pelo meio-termo, avançou-se para o sucesso camuflado, fictício, ilicitamente uma obrigação para a docência. Precisamos de uma verdadeira escola, de onde saiam pessoas, adultos conscientes, trabalhadores...onde o mercado de trabalho se possa orgulhar dos seus funcionários. Qual é a empresa que quer "canalha" mal formada?

 

“Os números são fatais. Dos números ninguém se livra, mesmo que não goste. Uma economia que em cada 3 anos dos últimos 27, cresceu 1%... esta economia não resiste num país europeu. Quem anda a viver da política para tratar da sua vida, não se pode esperar coisa nenhuma. A causa pública exige entrega e desinteresse. Se nós já estamos ultra-endividados, faz algum sentido ir gastar este dinheiro todo em coisas que não são estritamente indispensáveis? P'rá gente ir para o Porto ou para Badajoz mais depressa 20 minutos? Acha que sim? A aviação está a sofrer uma reconversão, vamos agora fazer um aeroporto, se calhar não era melhor aproveitar a Portela? Quer dizer, isto está tudo louco?"

Eu nem diria louco, eu diria que Portugal tem vontade de recordar os velhos tempos, estas novas gerações, incluindo a minha que não soube realmente o que foi uma verdadeira ditadura, que não a sofreu na pele com o impacto desejado para perceber o que é a crise do sec XXI. São estas gerações que vão sofrer as consequências de um governo ditatorial. Somos nós os mais jovens que vamos querer emprego e não vamos ter, somos nós que vamos voltar ao pão e à água da fonte.

“Eu por mim estou convencido que não se faz nada para pôr a Justiça a funcionar porque a classe política tem medo de ser apanhada na rede da Justiça. É uma desconfiança que eu tenho. E então, quanto mais complicado aquilo for... “

Não tenho qualquer dúvida de que a nossa justiça não funciona para protecção da classe política que é a mais “criminosa” no seio do crime.

“Nós tivemos nos últimos 10 / 12 anos 4 Primeiros-Ministros:

- Um desapareceu;

- O outro arranjou um melhor emprego em Bruxelas, foi-se embora;

- O outro foi mandado embora pelo Presidente da República;

- E este coitado, anda a ver se consegue chegar ao fim"

O João Cravinho tentou resolver o problema da corrupção em Portugal. Tentou. Foi "exilado" para Londres. O Carrilho também falava um bocado, foi para Paris. O Alegre depois não sei para onde ele irá... Em Portugal quem fala contra a corrupção ou é mandado para um "exílio dourado", ou então é entupido e cercado. Mas você acredita nesse «considerado bem»? Então, o meu amigo encomenda aí uma ponte que é orçamentada para 100 e depois custa 400? Não há uma obra que não custe 3 ou 4 vezes mais? Não acha que isto é um saque dos dinheiros públicos? E não vejo intervenção da polícia... Há-de acreditar que há muita gente que fica com a grande parte da diferença! De acordo com as circunstâncias previstas, nós por volta de 2020 somos o país mais pobre da União Europeia. É claro que vamos ter o nome de Lisboa na estratégia, e vamos ter, eventualmente, o nome de Lisboa no tratado. É, mas não passa disso. É só para entreter a gente. Isto é um circo. É uma palhaçada. Nas eleições, uns não sabem o que estão a prometer, e outros são declaradamente uns mentirosos:

 - Prometem aquilo que sabem que não podem."

É lamentável, mas é real, o povo que vota, que é muito pouco, não sabe o que faz, não tem consciência do que escolhe, a mentira é tanta que não há culpados neste processo. Que me importa a mim chorar por ter votado em A ou em B, se na altura fui enganada com palavras bonitas e promessas aliciantes? Isto é quase como te dizerem que vão construir um Centro escolar e que o melhor é não gastares dinheiro na escola velha, sacrificando as crianças a viverem o seu dia a dia em locais perigosos, sem condições absolutamente nenhumas, como excesso de frio, excesso de calor, falta de pavilhões para a ginástica, falta de materiais didácticos, falta de tudo um pouco e no final alegarem que um pouco de água nos terrenos é motivo para se cancelarem as obras. Vivemos no país nas bananas, onde os políticos decidem a vida dos cidadãos sem lhes pedir uma opinião nem dar nenhuma explicação.

“A educação em Portugal é um crime que «lesa-juventude»: Com a fantasia do ensino dito «inclusivo», têm lá uma data de gente que não quer estudar, que não faz nada, não fará nada, nem deixa ninguém estudar. Para que é que serve estar lá gente que não quer estudar? Claro que o pessoal que não quer estudar está lá a atrapalhar a vida àqueles que querem estudar. Mas é inclusiva... O que é inclusiva? É para formar tontos? Analfabetos? Os exames são uma vergonha. Você acredita que num ano a média de Matemática é 10, e no outro ano é 14? Acha que o pessoal melhorou desta maneira? Por conseguinte a única coisa que posso dizer é que é mentira, é um roubo ao ensino e aos professores! Está-se a levar a juventude para um beco sem saída. Esta juventude vai ser completamente desgraçada!”

Medina não diz isto por ser um choque, ele diz a realidade que choca quem se preocupa com o ensino em Portugal. Estamos a trabalhar para estatísticas e não temos voto na matéria. Estamos a transformar a dita “escola inclusiva” numa escola de pseudo-doutores. Sempre houve necessidade de uma escola selectiva; onde a escolha requer no futuro do país. É ser-se consciente quando se acredita na escola dos doutores e na escola dos cursos profissionais. Que andam a fazer alunos que mal sabem escrever o seu nome em turmas com alunos que querem ser médicos, enfermeiros, engenheiros…a perder o seu tempo? Ou terão a percepção de José Sócrates? Com exames ao domingo tudo é possível. É triste, mas real que o nível de exigência desce significativamente devido a esses alunos que andam ali e têm de transitar de ano. Que pensa um aluno que estuda, que trabalha e se preocupa com o seu futuro,      quando vê na sua turma um outro que não faz nada e no final transita de ano e acompanha-o  até à entrada na Universidade? Reflitam no país que temos.

“A minha opinião desde há muito tempo é: TGV - Não ! Para um país com este tamanho é uma tontice. O aeroporto depende. Eu acho que é de pensar duas vezes esse problema. Ainda mais agora com o problema do petróleo.” Estamos de acordo.

“Bragança não pode ficar fora da rede de auto-estradas? Não? Quer dizer, Bragança fica dentro da rede de auto-estradas e nós ficamos encalacrados no estrangeiro?  Eu nem comento essa afirmação que é para não ir mais longe... Bragança com uma boa estrada fica muito bem ligada. Quem tem interesse que se façam estas obras é o Governo Português, são os partidos do poder, são os bancos, são os construtores, são os vendedores de maquinaria... Esses é que têm interesse, não é o Português! Nós em Portugal sabemos resolver o problema dos outros: A guerra do Iraque, do Afeganistão, se o Presidente havia de ter sido o Bush, mas não sabemos resolver os nossos. As nossas grandes personalidades em Portugal falam de tudo no estrangeiro: criticam, promovem, conferenciam, discutem, mas se lhes perguntar o que é que se devia fazer em Portugal nenhum sabe. Somos um país de papagaios... “

Nem os papagaios se atiram assim para a forca; somos sim um país da treta, onde a realidade é pura ficção. Eu diria que os nossos governantes vêem “meo” em demasia, andam no mundo da lua e mais parecem astronautas à descoberta da Terra do que propriamente terráqueos à descoberta do petróleo. Parecemos baratas tontas à espera que alguém se lembre de nós.

“Receber os prisioneiros de Guantanamo? Isso fica bem e a alimentação não deve ser cara...» Saibamos olhar para os nossos problemas e resolvê-los e deixemos lá os outros... Isso é um sintoma de inferioridade que a gente tem, estar sempre a olhar para os outros.  Olhemos para nós! A crise internacional é realmente um problema grave, para 1-2 anos. Quando passar lá fora, a crise passará cá. Mas quando essa crise passar cá, nós ficamos outra vez com os nossos problemas, com a nossa crise. Portanto é importante não embebedar o pessoal com a ideia de que isto é a maldita crise. Não é! Nós estamos com um endividamento diário nos últimos 3 anos correspondente a 48 milhões de euros por dia: Por hora são 2 milhões! Portanto, quando acabarmos este programa Portugal deve mais 2 milhões! Quem é que vai pagar? Isso era o que deveríamos ter em grande quantidade. Era vender sapatos. Mas nós não estamos a falar de vender sapatos. Nós estamos a falar de pedir dinheiro emprestado lá fora, pô-lo a circular, o pessoal come e bebe, e depois ele sai logo a seguir..."

Esta é que é realidade que o mero português não conhece, a realidade da crise interna.

“Ouça, eu não ligo importância a esses documentos aprovados na Assembleia... Não me fale da Assembleia, isso é uma provocação... Poupe-me a esse espectáculo....Isto da avaliação dos professores não é começar por lado nenhum. Eu já disse à Ministra uma vez «A senhora tem uma agenda errada"» Porque sem pôr disciplina na escola, não lhe interessa os professores. Quer grandes professores? Eu também, agora, para quê? Chegam lá os meninos fazem o que lhes dá na cabeça, insultam, batem, partem a carteira e não acontece coisa nenhuma. Vale a pena ter lá o grande professor? Ele não está para aturar aquilo...Portanto tem que haver uma agenda para a Educação. Eu sou contra a autonomia das escolas Isso é descentralizar a «bandalheira».”

Mais um ponto forte de Medina, quando afirma ser contra a autonomia das escolas, concordo plenamente que é uma má opção descentralizar algo que necessita de regras firmes e iguais para todos. Estamos a caminhar para descrença diária do professor em relação ao seu estatuto de educador. Ele perdeu o poder de educar, é apenas um mero transmissor de conhecimentos se o aluno assim o permitir.

“Há dias circulava na Internet uma notícia sobre um atleta olímpico que andou numa "nova oportunidade" uns meses, fez o 12º ano e agora vai seguir Medicina... Quer dizer, o homem andava aí distraído, disseram «meta-se nas novas oportunidades» e agora entra em Medicina... Bem, quando ele acabar o curso já eu não devo cá andar felizmente, mas quem vai apanhar esse atleta olímpico com este tipo de preparação... Quer dizer, isto é tudo uma trafulhice..." É preciso que alguém diga aos portugueses o caminho que este país está a levar. Um país que empobrece, que se torna cada vez mais desigual, em que as desigualdades não têm fundamento, a maior parte delas são desigualdades ilegítimas para não dizer mais, numa sociedade onde uns empobrecem sem justificação e outros se tornam multi-milionários sem justificação, é um caldo de cultura que pode acabar muito mal. Eu receio mesmo que acabe”.

Onde anda a justiça social? Para quê esforçar-se tanto para adquirir algo mais? Não é preciso, basta esperar pelas oportunidades.

“Até há cerca de um ano eu pensava que íamos ficar irremediavelmente mais pobres, mas aqui quentinhos, pacíficos, amiguinhos, a passar a mão uns pelos outros... Começo a pensar que vamos empobrecer, mas com barulho... Hoje, acrescento-lhe só o «muito». Digo-lhe que a gente vai empobrecer, provavelmente com muito barulho... Eu achava que não havia «barulho», depois achava que ia haver «barulho», e agora acho que vai haver «muito barulho». Os portugueses que interpretem o que quiserem... Quando sobe a linha de desenvolvimento da União Europeia sobe a linha de Portugal. Por conseguinte quando os Governos dizem que estão a fazer coisas e que a economia está a responder, é mentira! Portanto, nós na conjuntura de médio prazo e curto prazo não fazemos coisa nenhuma. Os governos não fazem nada que seja útil ou que seja excessivamente útil. É só conversa e portanto, não acreditem... No longo prazo, também não fizemos nada para o resolver e esta é que é a angústia da economia portuguesa.”

E eu pergunto: Afinal em que país é que eu vivo?

"Tudo se resume a sacar dinheiro de qualquer sítio. Esta interpenetração do político com o económico, das empresas que vão buscar os políticos, dos políticos que vão buscar as empresas...Isto não é um problema de regras, é um problema das pessoas em si...Porque é que se vai buscar políticos para as empresas? É o sistema, é a (des)educação que a gente tem para a vida política... Um político é um político e um empresário é um empresário. Não deve haver confusões entre uma coisa e outra. Cada um no seu sítio. Esta coisa de ser político, depois ministro, depois sai, vai para ali, tira-se de acolá, volta-se para ministro... é tudo uma sujeira que não dá saúde nenhuma à sociedade. Este país não vai de habilidades nem de espectáculos. Este país vai de seriedade. Enquanto tivermos ministros a verificar preços e a distribuir computadores, eles não são ministros. São propagandistas! Eles não são pagos nem escolhidos para isso! Eles têm outras competências e têm que perceber quais os grandes problemas do país! Se aparece aqui uma pessoa para falar verdade, os vossos comentadores dizem «este tipo é chato, é pessimista»... Se vem aqui outro trafulha a dizer umas aldrabices fica tudo satisfeito... Vocês têm que arranjar um programa onde as pessoas venham à vontade, sem estarem a ser pressionadas, sossegadamente dizer aquilo que pensam. E os portugueses se quiserem ouvir, ouvem. E eles vão ouvir, porque no dia em que começarem a ouvir gente séria e que não diz aldrabices, param para ouvir.”

O português está sequioso de verdade, este tipo de afirmações de Medina, são a nossa realidade quando descemos do governo central para o local, é necessário falar a verdade.

O Português está farto de ser enganado!  Todos os dias tem a sensação que é enganado!

publicado por Yaleo às 22:50

Momentos

03.06.10

 

Ter sido madrinha deste livro, foi o mesmo que sentir a Poesia a crescer.

Esta Colectânea, novamente com prefácio de José Fanha; juntou fotógrafos e poetas de tenra idade. Jovens estudantes que aceitaram o desafio de se lançarem na aventura de fotografar e escrever.

Foi muito aliciante fazer parte, como colaboradora, deste projecto.

"Momentos" é mais uma prova de que a Poesia não morreu e existe nos mais jovens. Cada um de nós tem um poeta dentro de si.

Obrigada a todos.

publicado por Yaleo às 20:58

Participação em concurso

03.06.10
Este foi mais um dos trabalhos desenvolvidos do campo da Poesia A participação neste concurso promovido pela Amicaf, deu-me o prazer de poder ter dez poemas editados.
Foi mais um desafio, participar em pé de igualdade com outros poetas amadores. Foi gratificante, muito bom o convívio promovido no dia da apresentação do livro. Parabéns à Amicaf.
Não ganhei o 1º prémio, mas ganhei mais um sonho, o de continuar a escrever.
publicado por Yaleo às 20:53

Publicações realizadas

03.06.10

 

 "Na Voragem dos Dias" foi o primeiro livro que editei, juntamente com um grupo de amigos virtuais (desconhecidos). No dia em que o livro foi lançado, eu apresentei-me, um pouco envergonhada, ao Manuel Azevedo, grande amigo, que fez tudo para que esta obra fosse uma realidade.

Esta é a prova viva de que a internet é um meio de comunicação sem fim à vista.

De conversas no mirc, de trocas de experiências literárias, surgiu o convite para participar nesta Antologia Poética com dois poemas meus.

Foi assim de tudo começou. Em 2004, tinha eu 34 anos dei o grande passo na escrita. Apesar de gostar de escrever desde muito cedo, nunca tinha tido o emporrãozinho para seguir em frente e fazer algo que era importante para mim.

 

 

 

 

 

 

 

 

"Artífices das Palavras" foi a minha segunda aventura no caminho da Poesia.

Uma segunda publicação, realizada em 2006, onde Filomena Tavares, uma vizinha que conheci através da internet, fez parte integrante da coordenação desta obra.

Com um pouco mais de experiência, lacei-me na teia poética com oito poemas inéditos e sentidos.

foi a partir deste livro que a poesia começou a fazer parte integrante da minha vida. Agora não leio apenas...plumo a poesia com a ponta dos meus dedos.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

"Simbiose", editado em 2007, algo mais trabalhoso mas aliciante. Um livro de fotografia e poesia.

Neste trabalho tive uma tarefa mais complicada. Fui convidada por Filomena Tavares a fazer par com um fotógrafo. Foi sem dúvida das melhores experiências que tive na vida. Um desafio que ultrapassava a coragem de quem apenas sabia cruzar letras com letras.

Desta vez tive de colocar a minha capacidade de saber observar e ler poesia na imagem.

Escrever para as fotos de Pedro Miguel Bastos, foi para além de um desafio, uma grande amizade que encontrei nos trilhos da poesia.

Quando li uma citação do Pedro fiquei sem palavras. "Não quero que a fotografia seja na minha vida o início de um fim, nem um fim de um começo. Quero que seja um início de um começo sem fim." Deu de imediato para perceber que estava a escrever para as fotos da pessoa certa.

 

 

 

 

 

 

"Sentidos" mais uma obra, editada em 2008, com talentos em duas vertentes. Poesia e fotografia conjugadas e com prefácio de José Fanha; escritor, poeta e declamador.

Foi mais um grande prazer poder participar com quatro poemas inéditos.

Esta obra, com fotografia a cores, corresponde ao espírito dos fotógrafos e poetas nele inseridos.

"os poemas que se juntam neste livro acordam rumores, trazem chuva, falam de ausências e de dores." José Fanha

"A fusão entre o ser e o dizer, entre o que se nomeia e o que se cria, gera, como um vulcão, novas paisagens" Hélia Correia

publicado por Yaleo às 20:19

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