Desta vez o encerramento da E.B.1 de Manhouce é inevitável

 

“Temos uma redução do número de alunos e as salas existentes na freguesia são demais para as necessidades”, explicou, ao JN, a vereadora do pelouro da educação, Cristina Tenreiro.
A autarca afirma que a decisão foi já anunciada pelos responsáveis do Ministério da Educação, através do Centro da Aérea Educativa e discutida numa reunião, que contou com os representantes da Junta de Freguesia e comunicada, mais tarde, aos representantes dos encarregados de educação. Os cerca de 40 alunos que este ano frequentavam a escola de Manhouce vão ser divididos pelas escolas da Carvalhosa e do Bairro. “É mais vantajoso para as crianças em termos pedagógicos e, por isso, tenho dificuldade em compreender a posição dos pais quando as crianças vão para uma escola a cerca de 500 metros”,
disse. O Regional

Mais uma vez Mnahouce em foco na comunicação social. Não consigo compreender as explicações dadas pela nossa vereadora do pelouro da educação, Cristina Tenreiro. Fico irresoluta no que pensar em relação ao proferido pela autarca. Afinal de contas, é alguém com conhecimento de causa, experiente na matéria e que tem gerido os destinos da educação com responsabilidade e atitude, sendo a nossa benfeitora da educação. Tenho-a como uma pessoa capaz de pensar e decidir pelo mais correcto. Por todos estes motivos não compreendo algumas afirmações suas: “É mais vantajoso para as crianças em termos pedagógicos e, por isso, tenho dificuldade em compreender a posição dos pais quando as crianças vão para uma escola a cerca de 500 metros” Todos nós, sabemos que o problema não está nesta afirmação. Ninguém anda a “discutir” vantagens ou desvantagens pedagógicas, porque se formos por aí, teríamos de “discutir” o problema da E.B.1 do Outeiro, uma escola com apenas três salas, onde as crianças sempre estiveram em excesso, e pelo que sei nunca ninguém se preocupou em transferir alunos para a E.B.1 de Manhouce, no tempo em que fecharam salas. Preferiram desdobramentos e turmas grandes a distribuir os alunos. Uma escola que chegou a ter mais de 100 alunos com um espaço envolvente bastante reduzido e condições físicas que todos conhecem. Não se entende como se muda tanto de opinião de um tempo para outro.

Trabalhei em todas as escolas de Arrifana, em tempo de muitas crianças, nunca vi tanto “ódio” a um local como vejo nos dias de hoje. Em tempos, sentia que as escolas de Arrifana eram todas iguais, hoje sinto que Manhouce é uma pedra no sapato de alguém.

“A autarca afirma que a construção do novo centro escolar, no actual local onde se encontra a escola do Bairro, deverá arrancar no início do próximo ano. Quando isso acontecer, as crianças que frequentem esse estabelecimento de ensino serão temporariamente deslocadas para a escola da Carvalhosa.” O que não posso concordar é com esta afirmação. Não compreendo como é possível dizer-se a público que o centro escolar vai arrancar no início do próximo ano e depois de cerca de 3 meses de aulas, ser necessário andar com as trouxas às costas para se deslocar os alunos para a Carvalhosa.

Então porque razões, não começam logo em Setembro na Carvalhosa?

Isto parece-me estratégia política, daquelas promessas que ficam a pairar no ar, ou seja, “deverá arrancar” e não irá arrancar…

Mais uma vez apelo ao bom senso de todos os responsáveis pelo processo “Encerramento de escolas com menos de 21 alunos”. Sabemos que este não é o único critério a ser colocado em cima da mesa.

Caso o encerramento da E.B.1 de Manhouce seja facto consumado, antes de existir um centro escolar moderno e com condições adequadas às crianças, ficarei triste por ver a minha antiga escola, onde aprendi a ler e escrever, onde brinquei muito e de onde tenho boas recordações mesmo como docente, ser apagado do mapa sem um motivo relevante para o ser. Lamento que tudo isto esteja a acontecer numa escola tão rica, de onde já saíram grandes homens e mulheres e uma escola que era a menina dos olhos do nosso presidente da Junta de Freguesia. Fico muito triste por constatar que a política possa ser motivo para, friamente, se tomarem más decisões. Tenho estado atenta e até ao momento não consegui nem ouvir nem ler um comentário que seja sobre este caso por parte da Junta de Freguesia. Li apenas comentários favoráveis à continuidade de Manhouce e encerramento do Bairro em detrimento da construção do centro escolar por parte de Jorge Silva, elemento da Assembleia de Freguesia.

Afinal o que se está a passar na terra que me viu nascer?

publicado por Yaleo às 23:13