Há uns tempos a esta parte, os media, os comentadores, os poderes económicos e a classe política têm discutido ferozmente a suposta falta de liberdade de expressão em Portugal. Aquilo que foi a pressão emitida pelo governo de José Sócrates, para travar a opinião pública, foi deliberadamente usado pelos poderes locais, de forma a sentirem-se apoiados pelo poder central. Hoje tudo se pode fazer, seja certo ou errado.
Como todos sabemos, e para sustentarem essa tese de que o governo manipulava e manipula os media, criaram-se comissões de inquérito, fóruns de discussão, escreveram-se e continuam-se a escrever dezenas de artigos tentando provar aquilo que não era nem é possível provar.
Um dos exemplos, que nunca vamos esquecer, foi o caso TVI – Jornal de Sexta; é um exemplo que servirá para percebermos que uma das regalias, adquiridas com o 25 de Abril, foi-se ofuscando com o tempo. Um dos artigos de Mário Crespo, censurado num Jornal Diário, é mais um exemplo que perdurará na memória, assim como tantos outros.
Esta introdução, apenas para nos reportarmos ao nosso meio local. O que está a acontecer com Manhouce é um pouco de censura qualificada, que eu diria daquelas que dão direito a “prisão perpétua”. Não podemos admitir, que a opinião dos mais interessados seja ignorada e nem sequer ouvida. Nós ainda temos liberdade de expressão, é um absurdo e é em si mesmo uma forma de manipulação da opinião pública, mascarar o estado real das coisas, desculpando-se de que quem decide é A e a seguir já é B e mais tarde até é C. A manipulação de regras internas ofuscada pelo “poder” é merecedor de escárnio por parte de quem defende uma escola melhor para todos.
Os media parecem-me controlados ou então existe aqui algo baseado no poder económico que não deixa que estes façam o seu trabalho.
Sempre que leio uma notícia relacionada com este caso, sinto que não se diz tudo. Ou seja, a manipulação dos media é real, extremamente grave e preocupante, mas a sua origem está no poder económico e não no poder político, até porque, qualquer jornalista íntegro, pode sofrer pressão do poder político sem ceder aos interesses desse poder. O mesmo já não acontece com as pressões do poder económico, porque os media estão na sua posse e isso faz toda a diferença. Por vezes tenho a sensação de que os media debitam a toda a hora os recados que os seus donos pretendem que se tornem realidades absolutas. Além de discursos forjados, muitas inverdades.
A “crise” veio ajudar: se falas o que quero, tens emprego, se falas o que deves és substituído. São os critérios da reorganização da empregabilidade nos nossos “novos” dias. Todos sabemos que a cada dia que passa corremos o risco de ficar no desemprego. Será este um critério aceitável? Algo conquistado com braço de ferro não se pode perder. Esta (des)Ordem Mundial que nos foi imposta, com o objectivo único de maximizar os lucros e privilegiar poderosos, reforça o poder central e desce ao poder local como se fosse água corrente num rio. Parece que voltamos a viver em classes com similitudes com os tempos feudais.
A necessidade de confundir, o povo, é tanta que é necessário usar os media ao seu serviço, só assim conquistam, (des)informando. Ainda não consegui, ver nem ler nada esclarecedor em relação a este caso.
Não nos deixemos ludibriar pelo canto trapaceiro dos poderes. Tenhamos uma postura crítica relativamente ao discurso dominante que nos tentam a toda a hora incutir. Os media difundem, mesmo que os argumentos anteriores não convençam. A postura crítica só nos pode beneficiar, até porque, não existe nada mais servil do que repetir o discurso do dominador. Arrifana é vítima de ludibriações constantes, onde até ao momento não consegui ver coragem em ninguém para dizer FIM.
Costuma-se dizer que para bom entendedor, meia palavra basta.
Com referências de um artigo que li aqui e com o qual concordo plenamente.