Todos nós, seres humanos conscientes e civilizados, sabemos que um incêndio pode ser causado por uma simples distracção, por uma criança mal informada e ingénua, por causas naturais, por acidentes…etc… mas sobretudo por mão criminosa.
É esta última que me deixa desolada, triste e silenciosa ao assistir, pela televisão, aos funerais das vítimas dos incêndios, que se limitaram gratuitamente a combater o flagelo que assolou o país.
Aveiro é no momento o distrito com maior área ardida, mais de metade dos incêndios, foram registados pela GNR como sendo resultado de negligência por uso e abuso do fogo num período crítico, como é o Verão, fazendo-se queimadas, fogueiras ou simplesmente atirando uma beata de cigarro. Onde anda a consciência dos portugueses?
Lamenta-se que o distrito de Aveiro esteja neste momento atirado para o topo dos mais ardidos, classificando-se em 2º lugar com 4.131 hectares de floresta ardida, dados fornecidos pela Autoridade Florestal Nacional. O norte do país é o mais afectado, isto deixa-nos a pensar…
Um país tão pequeno e tão mal organizado, tão mal comandado e acima de tudo lindo de qualquer jeito. Lemos e ouvimos, sempre palavras maravilhosas, vindas dos nossos superiores, homens de talento para a secretária e sobretudo para as visitas aos locais em helicópteros minimamente seguros e apresentado sempre fato de domingo.
Para quando uma acção imediata, pré-definida durante o Inverno e com incidência no norte onde o problema continua a ser maior?
É necessário que os bombeiros tenham meios suficientes e de preferência em excesso para estes casos, não podemos apenas pedir para voluntários acorrem aos fogos pondo em causa a sua vida por uma indemnização “choruda”, aos familiares, que como sabemos não paga a vida de ninguém nem o abandono de uma família para sempre.
Estamos cansados de esperar pelos meios, que só chegam quando o homem do povo já morreu…
Estamos cansados de tanta hipocrisia. A exigência que o estado faz perante os particulares, da importância de limparem as suas propriedades não é a mesma que exige a si próprio. Estamos a ver propriedade do estado a arder sem que tenha sofrido qualquer tipo de limpeza ou organização florestal. Vem ainda falar em expropriação? Com que legitimidade?
Fala-se constantemente em desemprego, em rendimentos mínimos e em cadeias cheias. Têm aqui uma oportunidade de usufruiu dessa mão-de-obra e rentabilizar recursos. O estado não deve usar este flagelo para “condenar” proprietários, na sua maioria em idade avançada, sem grandes recursos físicos e monetários para poderem livremente limpar o que é seu de direito mas que há muito não podem cuidar. As ajudas do estado, são demasiadamente ilícitas, para quê dar dinheiro se é preferível dar mão-de-obra, algo que existe em Portugal para ar e vender…
Está mais do que na hora de “obrigar” Portugal a crescer e todos nós sabemos que o crescimento é feito pelo trabalho desenvolvido por cada cidadão. Se todos nós contribuirmos com trabalho e honestidade para o crescimento de Portugal, conseguiremos atingir o topo da felicidade para o nosso país.
Portugal é lindo demais para ser destruído desta maneira, a quem é apanhado a atear fogo, deve permanecer enjaulado para sempre. Acidentes acontecem, coincidências, é que não!
Coloquem a mão na consciência, olhem para o trabalho destes homens e mulheres que não param nem para um dia de praia com a sua família. Sejam cidadãos conscientes, eduquem as crianças, os adolescentes, os adultos e os velhinhos; eduquem para um país verde e florido.
Todos os dias são dias bons para sermos cidadãos exemplares!
Não tenha comportamentos de risco perante a nossa floresta!