Precários, reformados, jovens, pessoas de meia-idade, idosos, crianças, famílias inteiras, constituíram os milhares de pessoas que desfilaram do Marquês de Pombal à Assembleia da República (AR), ‘indignados’ com o sistema político e financeiro.
15 de outubro fica marcado pela indignação do povo português. A democracia saiu à rua com protestos justificados, contra o combate à precariedade, ao desemprego, à corrupção, entre outras exigências que querem ver traduzidas em mais e melhor democracia. Estamos a caminhar para uma ditadura, em que o professor não pode reclamar das suas más condições de trabalho, em que um polícia precisa de alcançar metas estabelecidas para não ser ele o mau da fita, em que o juíz terá de trabalhar horas extraordinárias sem ser remunerado, em que o advogado terá de adiantar dinheiro para ajudar o carenciado, que muitas vezes vive melhor que o próprio advogado, em que o rendimento mínimo continua a ser dado a quem simplesmente não quer trabalhar, em que o operário fabril transpira o dia todo para o patrão viajar…tudo isto com a apresentação do novo orçamento de estado, fez despoletar a indignação. E os político? Esses não fazem sacrifícios, usufruem de bons carros, boas casas, boas fatiotas, ajudas de custo, viagem pagas e passadeira vermelha para não sujar as solas dos sapatos requintados e de grandes estilistas estrangeiros. São simplesmente uns fascistas incompetentes, sem escrúpulos.
Por que razão se vão cortar os subsídios à função pública, que está penalizada em 3,5% no seu vencimento e se insiste em manter rendimentos mínimos a quem não quer trabalhar? Por que razões se retiraram funcionárias às escolas, se reduzem o tempo efetivo de trabalho nas auxiliares, se vai aumentar o número de alunos por turma e deixar professores no desemprego, diminuir o apoio às crianças com dificuldades, estabelecer regras criteriosas, horríveis, como não dar ajuda pedagógica a uma criança com dificuldades caso a turma não usufrua de mais de 16 alunos, dar autonomia aos agrupamentos mas ao mesmo tempo cortarem-lhes as pernas…mas querem aumentar meia hora de trabalho efetivo no privado? Por que razão se retiraram abonos de família e se mantêm ajudas de custo a políticos com casa própria e ordenados chorudos? Afinal a casa constrói-se pelos alicerces ou pelo telhado?
A soberania é do povo, está na hora dos governantes ouvirem o povo, o seu descontentamento. Força a todos os que estão na luta…não podemos aceitar estas medidas, sentados a olhar o televisor como se o vizinho resolvesse por nós. É preciso mostrar descontentamento e dizer BASTA! Vamos todos para a rua, vamos dar as mãos e mostrar que o povo não quer ser governado por hipócritas, ladrões e desgovernantes.Rosa Familiar